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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Opinião...

... de um torcedor, triste, como eu...

É essencial para qualquer equipe contar com um capitão que seja capaz de liderar os seus companheiros, representá-los fora do campo e no gramado, ser um porta-voz confiável do treinador. No Grêmio, esta figura existiu em grande estilo, nos melhores momentos do clube. Um deles, cabe lembrar, foi Adilson Batista, hoje treinador do Cruzeiro. Ter um líder, um grande capitão, é do que se ressente o Grêmio, este ano, na avaliação do torcenauta Rodrigo Miller. A sua teoria:


"Caro Wianey,

Antes de tornar minhas angústias e anseios em palavras escritas neste e-mail, peço o obséquio de externar meu verdadeiro motivo por mandar essa mensagem para o senhor.

Leio sua coluna e seu blog diariamente e não escondo que meu gosto pela leitura se desenvolveu quando eu era um recém adolescente louco por futebol e lia sua coluna na Zero Hora antes de entregar os jornais na cidade que morava. Esse foi meu primeiro contato com a leitura, longe da chatice e mediocridade da sala de aula, minha primeira leitura por gosto e não por obrigação.

Gosto do seu estilo e fico feliz por saber que existem formadores de opinião realmente com alguma opinião a dar. Nada me tira mais a paciência do que condescendência, seja de qualquer ramificação da imprensa. Embora ache extremamente importante a isenção do veículo de comunicação e dos profissionais que dão vida a esse veículo, nada me impacienta mais que um jornalista sem opinião, um repórter insosso ou um analista sem idéias concretas.

E simplesmente por gostar de opiniões, sejam elas diferentes da minha ou não, que vou continuar sempre lendo seus textos e ouvindo seus comentários. Peço desculpas se esse parágrafo se tornou enfadonho, mas escrever para o senhor é como conversar com uma das pessoas que passaram pela minha vida e me ajudaram a ser um cidadão de bem e um ser pensante.

Voltando ao assunto futebol.

Venho por meio deste solicitar para que o senhor observe minha humilde opinião e, se por ventura concordares, exprima a mesma para que mais pessoas a ouçam e quem sabe assim as coisas possam mudar para o meu Grêmio. Faço isso pois entendo que possam existir mais pessoas que pensem como eu. Eu como um simples torcedor nada posso acrescentar ao meu time e meu clube, minha opinião é pequena e isolada. Mas o senhor como um comunicador respeitado pode ampliar essa opinião milhões de vezes e talvez ela chegue aos ouvidos de alguma pessoa influente e assim possa penetrar na cabeça dos que fazem o futebol do Grêmio.

Todos os aspectos que levantam para justificar a queda de rendimento do Grêmio são verídicos e plausíveis, mas ao mesmo tampo são amenos e superficiais. A mim não denotam a realidade. Ao meu ver a principal causa do declínio do Grêmio nada mais é que a falta de liderança positiva no grupo.

Pense comigo Wianey, em muitas vezes, experiência não significa liderança. Existem muitos casos no futebol de jogadores experientes que não exercem nenhum tipo de influência em um grupo, assim como jogadores jovens conseguem ascendência em um grupo se valendo de vários aspectos como a qualidade técnica, fluência verbal, inteligência, etc.

Vejamos o exemplo do Fernandão, que não era um jogador tão mais velho nem tão mais rodado que outros do grupo colorado e mesmo assim era um líder influente e positivo. Até no nosso dia a dia vemos jovens em cargos de chefia de grandes empresas. Qualquer estudioso de comportamento social vai observar que todo grupo elege inconscientemente um líder. Me parece que o grupo do Grêmio é acéfalo. Pergunto qual é o líder desse time do Grêmio?

O Tcheco nunca me pareceu um líder efetivo, em algumas vezes me passa a impressão de se esconder nas horas da adversidade, transferindo responsabilidades e se esquivando de dar a cara a tapa. Ainda me recordo daquele jogador de emocional instável advertido com freqüência. Lembra do Gre-Nal? Aquele ato intempestivo serviu de quê? Ajudou mais o Inter ou o Grêmio? O Léo não pode ser líder do grupo. Um jogador que na reta final de campeonato revida agressão de atacante, não tem no mínimo malandragem suficiente para levar o time a frente. O Pereira me parece muitas vezes impassível e sem segurança. Tenho a ligeira impressão (ainda que não passe de impressão e não fatos concretos) que quando a chapa esquenta ele sente a pressão e sente lesão. Quanto de emocional tem no fato de ele treinar normalmente estar apto pelos médicos e na hora do jogo (logo no primeiro tempo) sentir lesão? Nenhum outro jogador me parecia mais apto a liderar o grupo. O Réver e o Victor me parecem tímidos. Assim como Rafael Carioca e o Willian Magrão me parecem inexperientes demais não terem o perfil de liderança. O Souza não é do Grêmio, está de passagem. Não demonstra que veio para ficar e nem que tem condições de ser uma liderança técnica para o time. Não existe um único atacante no Grêmio que tenha qualidade superior para ser uma referência em campo nem fora dele. Se não é uma opção saudada na arquibancada não pode ser uma unanimidade no grupo.

A todos esses aspectos soma-se que um líder é a figura mais importante para se atravessar uma crise, é o espelho, o salva-vidas. E na reta final do campeonato faltou quem desse a direção do time dentro de campo. Me agoniou ver o time perdendo do Figueirense em casa, precisando ganhar para seguir rumo ao título e os jogadores do Grêmio sendo tirados pela maca. E o pior é que não vi ninguém ali dentro do campo chegar perto do Léo e dizer pra ele ser rápido. Parecia que era o time do Grêmio que estava ganhando. E tanto esse fato não chamou a atenção do time que depois o Felipe Mattione fez a mesma coisa. Onde estava a liderança do time para tranqüilizar os outros e botar a bola no chão, chamar o garoto e dizer para ele cuidar pois estava com cartão amarelo. Time que toma gol no começo do jogo é porque não entrou ligado em campo e se não entrou ligado em campo é porque ninguém mexeu nos brios dele. Cadê aquela voz forte no túnel? Não falo de peitar juiz e nem de técnico gritando na beira do campo. Estou falando do jogador que na hora da adversidade põe a bola embaixo do braço, motiva os companheiros e chama atenção para os erros.

Por tudo isso, aprecie minha humilde opinião.

Peço desculpas se minha escrita é cheia de erros, mas é o máximo que um filho de agricultores com a oitava série conseguiu aprender lendo sozinho.

Se chegar até aqui neste texto agradeço sua consideração.

Rodrigo Müller".



Li, há pouco, este post no blog do Wianey. O nosso amigo tricolor, repleto de razão, identificou claramente um dos maiores problemas do Grêmio de 2008. Agora, vamos combinar, que mensagem bonita ele escreveu!

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